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Vazia, estranha, dolorida, cansada. Carente, irreconhecível, mau-humorada, mau-desejada. Sozinha, sensível, chorona, chata. Incompreensível. Finge sorriso, inventa palavras, tenta ser 'legal'. Faz brincadeiras que nem ela gosta. Tenta ter uma realidade, que a muito já não é a sua. Nunca foi completa. Sempre lhe faltou algo. Mas agora que tem, não sabe o que fazer. Está confusa, e simplesmente... Simplesmente quer sumir. Da vida deles, da vida dela, da vida! Se sente tão solitária, que chega até pensar, que se sumisse não faria falta. 
(...)
Sempre fui sozinha. Pensei que ia ser diferente. Mas por que seria diferente só agora? Sempre vivi por mim mesma. E por todas as outras coisas que ainda tenho que fazer. Mas o sentido da vida agora é outro, por que por mais que eu lute, não tenho força e ingenuidade o bastante pra continuar, como antes eu continuaria. O medo persiste. As mãos tremem, e dos meus olhos, só falta 'jorrar' água quando eu deito minha cabeça naquele maldito travesseiro. Rezar? Já sim. Já rezei. Já implorei pra que Deus me tirasse toda essa esquisitice que me incomoda. E seria um pecado enorme dizer que ele não me escutou. Dizem que Deus não demora, ele capricha. No meu caso... Nem precisa caprichar. Hoje, qualquer brecha pra que eu possa ser feliz, eu entro dentro.
─ Priscilla Martins 



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